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Nosso Lar: Como fazer caridade com um sorriso no rosto

Há anos a Comunhão é parceira do abrigo Sociedade Cristã Maria e Jesus, mais conhecida dos brasilienses como Nosso Lar. Voluntários, frequentadores e trabalhadores de nossa casa espírita agendam visitas, promovem campanhas de arrecadação, buscam esforço conjunto para manter o compromisso de auxiliar os administradores a proteger a integridade moral e física das crianças e adolescentes residentes.

As doações percorrem vários caminhos. Alunos da Diretoria de Estudo Doutrinário (DED) ajudam a compor a cesta básica mensal. Cada turma é responsável por um mantimento. Roupas e diversos utensílios são recepcionados na Diretoria de Promoção Social (DPS), que faz a triagem e a distribuição. No fim de cada ano, grupos de trabalhadores da Diretoria de Assistência Espiritual (DAE) adquirem presentes de Natal e material escolar para o ano seguinte. Tantos outros voluntários participam da organização e compra de prendas para colaborar com a tradicional Festa Junina. Muita alegria, comilança gostosa, barracas com brincadeiras diversas alegram o público que curte danças folclóricas e comidas típicas.

Adilson Mariz, presidente da Comunhão, conhece bem essa rotina e nos revela quão prazeroso é saber que esse grande público de colaboradores procura, com discernimento e coração, a prática da caridade cristã. “Cada vez mais percebo a importância de valorizarmos o trabalho voluntário na vida de quem dá, na vida de quem recebe”, observa.

CASAS LARES
As crianças e adolescentes são acolhidos em três casas lares, que comportam dez internos cada. Cuidadoras dedicadas e carinhosas zelam pelo bem-estar dos pequeninos. O dia começa com algumas tarefas simples, como vestir, encaminhar à escola, preparar as refeições, dar banho e promover a harmonia no ambiente. Desafios fundamentais para que os acolhidos compreendam um pouco da rotina e o valor de ter uma família. Nos domingos, a administração permite ao público a visita fraterna.

Patrícia Braga, coordenadora Pedagógica do Nosso Lar, diz que as visitas são muito importantes para as crianças, mas entende que precisa ser mais significativa para a comunidade. “Quando abrimos as portas do abrigo também acreditamos que o visitante pode trazer outras ricas oportunidades aos residentes. Enquanto estão na instituição, nossas crianças estão invisíveis à comunidade, porque não estão pedindo e se expondo nas ruas. Elas não incomodam, porque vão à escola, voltam para o abrigo, possuem amparo governamental. Mas estão abandonas socialmente, distantes do direito de ter amor e contato familiar que lhes dariam atenção especial. A mãe social, que cuida de dez crianças na casa lar, não consegue suprir essa estrutura fundamental. Precisamos que a comunidade também nos apoie quando necessitarmos abrir as portas da instituição para estas crianças e adolescentes sejam bem aceitas, não sofram discriminação e tenham reais oportunidades de digna adoção de pais e da sociedade”, analisa Patrícia.

A TIA QUE CUIDA E TROCA A ESCOVA

O abrigo Nosso Lar possui voluntários que auxiliam na promoção do desenvolvimento físico, intelectual, psicológico e social dos pequenos moradores assistidos. São profissionais dos segmentos das áreas médicas, como dentistas e pediatras; da educação, composta por pedagogas, psicopedagoga e bibliotecária; da informática e do esporte, que dedicam um pouco do seu tempo para orientar e trazer mais saúde e qualidade às suas vidas. Patrícia Braga afirma que não é necessário especificação profissional para o proponente tornar-se um voluntário. “As vezes acontece de um médico, por exemplo, desejar apenas jogar bola no domingo com as crianças.  Nós respeitamos isso, porque o voluntário também precisa estar feliz na atividade que realiza e, dessa maneira, as crianças entram na mesma energia de felicidade e prazer. Essa sintonia é fundamental para quem atende e é atendido. É claro que se houver alguma emergência, solicito ajuda desse profissional”, esclarece.

Marlete Nascimento é voluntária do abrigo Nosso Lar há 30 anos e confessa que, antes de assumir este propósito, passou por várias instituições até saber que tipo de tarefa realizar. “Fiquei encantada e apaixonada pelas crianças. A maneira como fui acolhida pelas administradoras do abrigo permitiu que eu reafirmasse compromisso e permanência”, afirma convicta. Ela revela que o voluntariado é uma troca rica e interessante. “Você dá pouco, mas recebe tanto que até se torna carente da energia maravilhosa que somente o convívio e a reciprocidade de um olhar carinhoso pode proporcionar”.  A profissional, conhecida como “a tia que cuida dos dentes e troca a escova”, trabalha com muita liberdade e prazer. “Leio para eles. Sei que é um paradoxo imaginar que seja possível tratar de seus dentes e diverti-los ao mesmo tempo com historietas engraçadas. E quando preciso me ausentar, eles me cobram atendimento”, conta Marlete com um sorriso no rosto.

Para se tornar voluntário, basta preencher um formulário específico no site  http://www.nossolardf.org.br/.  “Neste momento, precisamos de profissionais das áreas de jornalismo, propaganda e publicidade,  que podem nos auxiliar na promoção de campanhas. E ainda de voluntários da área jurídica para nos orientar no trato com as famílias dos assistidos e em questões trabalhistas”, ressalta Patrícia.



“Com as crianças tudo é sempre alegria! Conversar, brincar, ouvir suas histórias, poder contribuir com um conselho ou mesmo colocá-los no colo para lhes fazer um carinho, me faz sentir mais humano e próximo da proposta de igualdade e paz de que nos fala Jesus”, revela Caio Santos, 24 anos, aluno do Programa de Adaptação aos Estudos da Doutrina Espírita (Pades), na Comunhão.

Por Cristiane Lopes.

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